Uma das características que tenho exercitado durante o
intercâmbio é a perseverança. Isso porque o dia a dia do laboratório exige constante
reflexão sobre nossas decisões. Tanto para um experimento específico quanto
para todo o desenho de um projeto, a autocrítica e o esforço de sempre buscar a
melhora do desempenho são fundamentais.
Apesar de parecer algo muito bonito de ser feito, é
importante pontuar que há momentos em que esse pensamento é difícil. Um exemplo
recente foi quando percebi que precisaria repetir uma série de experimentos que
havia feito porque eu não havia colhido os dados da forma correta.
Esse evento me deixou muito chateado porque eu queria
avançar no meu projeto em vez de refazer os mesmos procedimentos. Porém,
conversando com meu orientador, chegamos à conclusão de que eu só conseguiria partir
para as próximas etapas após ter aqueles dados.
Depois da chateação, entendi que meu trabalho realmente
ficaria muito melhor com aquele experimento refeito. Que eu daria mais atenção
aos detalhes, manejaria melhor as informações e teria, por fim, melhor
aproveitamento.
Esse evento me fez lembrar de que eu já havia passado por sensação
semelhante enquanto fazia o método Kumon de Inglês. Quando eu estava no final
do curso, enfrentei dificuldades para avançar do estágio N. Precisei refazer duas
vezes até conseguir sedimentar o conteúdo no ponto suficiente para chegar ao
desejado estágio O.
Curiosamente, à época, eu já sentia que havia dominado o
idioma. Eu conhecia a gramática, havia memorizado um vasto vocabulário e ouvia
com facilidade, mas, na hora de resolver os exercícios, parecia que não era o
suficiente. Isso me deixou, em um primeiro momento, frustrado. Principalmente
porque eu queria avançar logo. Eu não compreendia que havia uma nova e
significativa complexidade, principalmente na elaboração de textos maiores como
resposta, que precisava ser entendida.
Conversei com minha orientadora sobre isso e, como no mais
recente evento, percebi que a melhor forma de chegar ao estágio O seria fazendo
e refazendo o estágio N.
Hoje, olhando retrospectivamente, posso dizer que não foi
uma decisão fácil. Mas fico feliz por ter feito essa escolha, pois, além do
idioma, a importante lição que aprendi foi a perseverança.