Quando cogitei pela primeira vez fazer intercâmbio, eu só tinha um pensamento: realizar meu sonho. Faltavam o destino da viagem, os recursos financeiros e sociais para custeá-la, o conhecimento de uma segunda língua para me comunicar e um objetivo que desse liga a tudo isso.
Foi por volta dos 13 anos que comecei a me interessar por esse assunto. Naquela época, procurei brechas para concretizar esse sonho e, honestamente, não tive sucesso. Após visitar diversas feiras e eventos gratuitos de divulgação de programas de intercâmbio, compartilhei com meus pais meu desejo. O resultado foi frustrante! Eles disseram que não podiam arcar com os custos e que eu precisaria adiar meu sonho por tempo indeterminado.
Não estava pronto para deixar meu sonho ir embora
Então, eu o guardei como fonte de motivação durante o Ensino Fundamental, o Kumon de Inglês e durante o Ensino Médio. Eu não sabia como conseguiria concretizá-lo, mas sabia que seria pela educação.
No Ensino Médio, o sonho foi deixado de lado, enquanto eu usava minha energia para estruturar meu ingresso na faculdade, o que incluiu fazer diversas provas de bolsa nos principais cursos pré-vestibulares de São Paulo, trabalhar meio período como estagiário e morar longe da escola, cumprindo tudo isso em apenas 24 horas por dia.
Por fim, o esforço valeu a pena, e o tão esperado resultado veio: fui aprovado na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo! E foi na graduação que meu sonho desabrochou, quando descobri diversos programas de intercâmbio e fiquei muito animado com as possibilidades.
Infelizmente, apesar disso, minha primeira reação foi pensar que eu não me encaixava em nenhum deles, que eu não era bom o suficiente. Assim, foi somente no terceiro ano que tomei coragem e resolvi participar do processo seletivo para o intercâmbio mais badalado: a Universidade de Harvard.
Durante o processo, não achei que seria selecionado. E, quando o resultado saiu, pensei que era mentira. Não conseguia acreditar de tão feliz que fiquei! Porém, depois da surpresa, veio a realidade: os desafios estavam apenas no início. Eu ainda não tinha os recursos para custear a viagem, não sabia onde e com quem iria morar, como conseguiria a documentação e como me viraria nos Estados Unidos.
Na próxima série de textos comentarei sobre as principais questões que tangenciam a decisão de um intercâmbio universitário e como a ansiedade e as dúvidas me trouxeram grandes aprendizados.
Para continuar acompanhando a jornada do Johnatan Leia:
- Do Kumon de Inglês para a Universidade de Harvard
- Processos seletivos internacionais
- Um ano da carta de aceite
- A importância da leitura