A concordância verbal e nominal é um tema que deve ser dominado por qualquer pessoa que deseje usar corretamente a língua portuguesa, além de ser um assunto que obrigatoriamente aparece em provas, como a prova do Enem ou em concursos públicos.
Isso porque, seja em questões de interpretação de texto, gramática ou na redação, é essencial compreender a relação que garante que as palavras e termos da oração concordem entre si.
Quando dizemos, por exemplo, que neste texto “nós veremos usos e situações complexos”, estamos fazendo a concordância verbal entre o sujeito (nós) e o verbo (veremos), assim como a concordância nominal entre os substantivos (usos e situações) com o adjetivo (complexos).
Apesar de se tratar de um tema simples, a concordância verbal e nominal apresenta algumas situações de exceção que podem confundir o aluno.
Por isso, neste artigo vamos estudar detalhadamente cada situação e entender de uma vez por todas como fazer a concordância verbal e nominal.
Para dominar a língua portuguesa e elevar o nível de suas provas e redações, confira como funciona o curso de português do Kumon.
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Qual a importância de concordância textual?
Ao falarmos em concordância, estamos, por definição, falando sobre um acordo estabelecido entre duas partes.
No universo da gramática, a concordância verbal e nominal ocorre quando um verbo varia em número e pessoa, de acordo com o sujeito (concordância verbal), ou quando o adjetivo precisa variar em gênero e número em relação a um substantivo (concordância nominal).
É importante conhecer estas regras, já que elas são indispensáveis na hora de escrever uma redação corretamente, seja em um vestibular ou em um e-mail profissional.
Concordância verbal
A concordância verbal ocorre com o verbo em relação ao sujeito. Ou seja, a conjugação do verbo precisa se adaptar, seja no singular ou plural, seja na pessoa (1, 2ª ou 3ª), às condições propostas pelo sujeito.
Exemplos de concordância verbal:
Eu estudei;
Tu estudas;
Ele estudaria;
Nós estudávamos;
Vós estudais;
Eles estudarão.
Concordância nominal
Na concordância nominal, quem deve ser adaptado é o gênero (masculino ou feminino) e a pessoa, desta vez em relação ao substantivo e outros termos da sentença que o modificam, chamados de referentes (adjetivos, numerais, pronomes e artigos).
Exemplos de concordância nominal:
O aluno novo;
A aluna nova;
Os novos alunos;
As novas alunas;
Alguns alunos novos;
Algumas alunas novas.
Regras de concordância verbal
Há concordância verbal quando o verbo concorda com o número e pessoa do sujeito. Porém, existe uma série de situações distintas de como isso pode acontecer. A seguir, veja as regras específicas para cada uma delas.
Sujeito simples
Nos casos de sujeito simples, a conjugação verbal é feita concordando o verbo com o número e pessoa do sujeito.
André foi ao dentista.
Marina gosta de doces.
Eles vão embora.
Nós somos estudiosos.
As crianças brincaram o dia inteiro.
Sujeito composto
No caso de sujeito composto, temos duas situações: antes ou depois do verbo.
Sujeito composto antes do verbo
Quando o sujeito composto aparece antes do verbo, devemos conjugar este verbo sempre no plural.
Português e matemática são matérias interessantes.
Ana e Carlos foram ao cinema.
Tortas e bolos ficarão prontos amanhã.
Maria e José têm um filho.
Clima e temperatura estavam mais estáveis.
Sujeito composto depois do verbo
Quando o sujeito composto aparece depois do verbo, podemos conjugar este verbo tanto no plural quanto concordando com o sujeito mais próximo.
Conversaram pai e professora.
Conversou pai e professora.
Conversaram pais e professores.
Conversou pai e professores.
Pronome “que”
E como fica a concordância verbal quando o sujeito da oração é o pronome relativo “que”? Neste caso, desde que o “que” não seja predicativo de outra oração, ele deve concordar com o termo que o antecede.
Eu que cheguei primeiro.
Ele e a esposa que construíram a casa.
Eu que fiz.
Eles que fizeram.
Pronome “quem”
Ainda como uma variação da situação anterior, pode acontecer de o sujeito ser o pronome relativo “quem”. Nesta situação, o verbo pode tanto concordar com o termo que o antecede, como no caso do “que”, quanto ser conjugado na 3ª pessoa do singular.
Eu quem cheguei primeiro.
Eu quem chegou primeiro.
Ele e a esposa quem construíram a casa.
Ele e a esposa quem construiu a casa.
Nome próprio
Quando o sujeito é um nome próprio, deve ser tratado como a pessoa equivalente, conforme vimos anteriormente nos casos de sujeito simples e sujeito composto (antes ou depois do verbo).
Há ainda a situação em que o nome próprio pode ser acompanhado por um pronome de tratamento. Neste caso, o verbo deve sempre ser conjugado na 3ª pessoa, do singular ou do plural.
Solicito que Vossa Excelência analise o pedido o quanto antes.
Solicito que Vossas Excelências analisem o pedido o quanto antes.
Regras de concordância nominal
Como tratam-se de situações bem diferentes, as regras e exceções para concordância verbal e nominal também são distintas.
Para garantir que exista uma correta concordância nominal, devemos respeitar as relações de gênero e número entre substantivos e outros termos que o acompanham, como adjetivos, pronomes, numerais e artigos.
Além desta determinação geral de concordância nominal, ainda existem algumas exceções às quais você deve estar atento, como acontece com as expressões “meio”, “anexo”, “é proibido” e “menos”.
Substantivo + um adjetivo
Quando o substantivo é acompanhado de outro termo, como um adjetivo, deve haver concordância nominal entre eles, tanto de gênero (masculino ou feminino) quanto de número (singular ou plural).
A menina é esperta.
O menino é esperto.
As meninas são espertas.
Os meninos são espertos.
Verbo ser + adjetivo
Neste caso em particular, o adjetivo deve concordar com o substantivo se houver um artigo ou outros elementos determinantes.
A tristeza é maléfica para o espírito.
A comida é nutritiva.
Porém, se o substantivo estiver isolado, ou seja, não estiver acompanhado de artigo ou elemento determinante, a concordância deve ser realizada no masculino e singular.
Tristeza é maléfico para o espírito.
Comida é nutritivo.
Substantivo + números ordinais
A concordância entre substantivo e números ordinais deve levar em consideração a posição de um em relação ao outro.
Quando os números ordinais aparecem antes do substantivo, a concordância é opcional e pode ser feita tanto no plural quanto no singular.
O primeiro e segundo lugar da corrida.
O primeiro e segundo lugares da corrida.
Quando os números ordinais vêm depois do substantivo, entretanto, é obrigatório que a concordância seja feita utilizando o plural.
Os lugares primeiro e segundo da corrida.
Substantivos + dois ou mais adjetivos
Quando há dois ou mais adjetivos que se referem a um mesmo substantivo, ele é que deve ser modificado. Isto pode ser feito tanto mantendo o substantivo no singular quanto no plural.
Caso o substantivo se mantenha no singular, deve-se utilizar um elemento determinante, como um artigo, antes do segundo adjetivo.
As economias portuguesa e espanhola.
A economia portuguesa e a espanhola.
Substantivos + um adjetivo
No caso de haver mais de um substantivo e somente um adjetivo, a concordância nominal pode ser feita de duas formas diferentes.
Se o adjetivo aparece antes dos substantivos, o adjetivo faz a concordância com o substantivo do qual está mais perto.
Linda árvore e campo.
Delicioso café e água.
Porém, se o adjetivo aparece depois dos substantivos, a situação é diferente. Quando isso acontece, o adjetivo pode tanto concordar com o substantivo mais próximo, quanto com todos os substantivos.
Redação e exercício complicado.
Exercício e redação complicada.
Redação e exercício complicados.
Exercício e redação complicados.
Concordar com substantivo próximo
Como regra geral, em inúmeras situações, podemos dizer que o adjetivo deve concordar com o substantivo mais próximo. Ainda assim, é essencial para seus estudos ficar atento a todas as exceções para esta regra.
A menina bonita gosta de se arrumar.
Os meninos vaidosos gostam de usar perfume.
O cachorro e gato molhado entraram em casa.
Vocabulário e pronúncia avançada.
Inserir artigo antes do último adjetivo
Conforme explicamos acima, se um substantivo é acompanhado de dois ou mais elementos, ele deve ser modificado para que haja concordância. Porém, isso não é necessário caso seja adicionado um artigo antes do último adjetivo.
O cachorro branco e o preto.
A criança tímida e a extrovertida.
O caminho fácil e o difícil.
O chá frio e o quente.
O termo “menos”
Como trata-se de uma palavra invariável, “menos” deve ser escrito sempre assim, mesmo quando estiver próximo ou acompanhar um substantivo ou adjetivo feminino.
O corredor menos rápido da turma.
A corredora menos rápida da turma.
Ela tinha menos laranjas que sua mãe.
O termo “anexo”
Como mandamos muitos e-mails atualmente, é muito comum usarmos a palavra “anexo” com regularidade. Porém, muitas pessoas ainda têm dúvidas de como utilizar este termo corretamente.
Quando usamos “o anexo”, estamos falando de um substantivo. Entretanto, quando não há o artigo e usamos somente “anexo”, ele tem função de adjetivo.
Nesta situação, a palavra “anexo” deve concordar com o substantivo que a acompanha.
Segue arquivo anexo com sugestões de cronograma e orçamento.
Segue planilha anexa com sugestões de cronograma e orçamento.
Os arquivos anexos comprovam o que foi declarado pela vítima.
As planilhas anexas explicam em detalhes quais são os custos da obra.
Curso de português Kumon
A forma como explicamos neste artigo algumas das regras de concordância verbal e nominal costuma ser a mais utilizada no método de ensino tradicional. O aluno aprende quais são as regras e deve usar técnicas de memorização para guardá-las.
Porém, no curso de português do método Kumon, isto acontece de um jeito bem diferente. Isto porque o aluno parte da leitura e compreensão de diversos tipos de textos para então, a partir daí, entender as regras gramaticais, como a concordância verbal e nominal, por exemplo.
Assim, o principal objetivo do método é desenvolver a capacidade do aluno de ler e interpretar uma série de textos. À medida que o aluno evolui em sua aprendizagem, depara-se com temas mais complexos e desenvolve cada vez mais as suas capacidades.
Mais uma vez, ao contrário do que acontece no ensino tradicional, o método Kumon é inovador ao oferecer um modelo de estudos exclusivo e individualizado, que respeita o ritmo e a capacidade de cada estudante.
Desta forma, cada aluno consegue evoluir passo a passo, com segurança e confiança, o que o torna cada vez mais motivado a buscar novos tipos de leituras e conhecimentos sobre gramática, ortografia e interpretação de texto.
Conclusão
A concordância verbal e nominal é um tema relativamente simples, como você viu neste artigo. O que acaba tornando o assunto complexo é a grande quantidade de exceções e casos especiais.
Para compreendê-los em sua totalidade, você deve estudar bastante e conhecer todas as regras de concordância.
Isto pode ser feito tanto decorando todos os casos e como cada um deles se comporta, ou compreendendo a dinâmica da língua portuguesa.
Esta segunda situação costuma trazer resultados mais consistentes, já que com ela o aluno realmente aprende e internaliza o conhecimento.
Uma das melhores maneiras de alcançar este resultado é por meio da leitura. Isso é comprovado na prática pelo método Kumon, que todos os anos forma milhares de alunos e leitores no curso de português.
Se você quer saber mais sobre a língua portuguesa, visite nosso site e veja como funciona o Kumon de Português.
Agora, se você deseja continuar aprendendo por conta própria, vá além do aprendizado da concordância verbal e nominal. Dê uma olhada neste artigo que fizemos sobre o uso da vírgula!