Na última semana, o grupo de pesquisa de que faço parte em
Harvard, o MIPS (Molecular and
Integrative Physiological Sciences Program/Programa de Ciências
Fisiológicas Moleculares e Integrativas), fez um festival de comidas. A ideia
era promover uma confraternização associada a uma competição amigável entre os
membros do grupo. As regras eram simples: cada um devia cozinhar uma confort food/comida carinho e a
preparação podia contar com a ajuda de amigos e da família, mas era proibido
comprar algo pronto.
Meus colegas de casa e eu fizemos o gostoso e típico arroz-doce.
Aproveitamos a saudade das nossas festas juninas e oferecemos ao Departamento
de Saúde Ambiental da Escola de Saúde Pública de Harvard a incrível
oportunidade de ficar, de certa forma, mais pertinho do nosso Brasil.
O festival foi divertido: havia comidas de todos os cantos
do mundo, e com uma variedade imensa! De entradas a pratos principais e, no
nosso caso, até sobremesa. No fim, após comermos muito, três jurados que não
conheciam nenhum dos participantes (convidados de outro departamento)
escolheram os melhores três pratos e os premiaram.
Infelizmente, o arroz-doce não foi um dos vencedores, mas
participar foi uma experiência e tanto. E só isso já valeu todo o esforço!
Essa situação, de nos esforçarmos e não alcançarmos o
resultado esperado, acontece em nossa rotina muitas vezes. E é sempre um
desafio não se deixar entristecer ou abalar pela quebra das expectativas.
Certamente, uma de minhas vivências pregressas que ajudaram
a lidar com isso foi fazer o método Kumon de Inglês. Isso porque, após os
primeiros estágios, em que a velocidade das conquistas era mais rápida,
precisei encarar a nova situação dos estágios avançados e, assim, dos
resultados que não batiam com o que eu queria.
No início eu ficava incomodado em precisar de mais tempo
para cada bloquinho. Eu estava tão acostumado a fazer vários em pouco tempo que
dividir um bloquinho em dois, por exemplo, era um desafio. Assim, apesar da
alegria em estar adiantado em relação ao meu ano escolar, eu precisava lidar
com o cenário de não ter a velocidade que tinha antes.
Contudo, foi nesse momento que mais aprendi. Foi na
dificuldade de ter que caminhar no meu ritmo real e não no imaginado que
consegui sedimentar o conhecimento. Foi a experiência de cada estágio que me
trouxe o avanço no idioma, não a pressa em terminá-los.