Hoje, dia 22 de julho de 2019, completei seis meses de estadia em Boston e concluí meu primeiro semestre como estudante pesquisador na Universidade de Harvard. Como forma de apreciar a experiência até aqui, decidi pontuar os três maiores desafios que encontrei e como tenho tentado contorná-los.
1. Adaptação ao clima e à cultura. Considero este tópico como o primeiro e um dos maiores desafios da minha mudança. O inverno rigoroso e a dinâmica social menos expansiva e, de certa forma, menos animada foram um novo paradigma para mim. Felizmente, contei com o apoio de meus colegas brasileiros, de minha rede de amigos e de minha família para conseguir superar essa dificuldade. Além disso, especificamente no que tange ao frio, a passagem das estações tem ajudado bastante.
2. Rotina de laboratório. A partir de um esforço diário fundamentado na estratégia da tentativa e erro e na observação atenta de pesquisadores mais experientes, esse desafio tem me proporcionado ganhos acadêmicos e pessoais imensos. Considero esse suposto obstáculo como um presente, pois me permitiu maior proximidade com a produção científica, o que é árduo porém estimulante e gratificante.
3. Idioma. Este tópico é especialmente relevante para mim porque desde o começo desta coluna venho reiterando como o bom domínio da língua inglesa me permitiu avançar no trajeto até o intercâmbio e como tem sido uma ferramenta essencial durante esse período. Contudo, houve pouco espaço para que eu apontasse que ainda há pedras no caminho. A linguagem técnica médica e o vocabulário científico são, sim, barreiras de difícil superação.
Quando eu cheguei a Harvard, depois de vencidas, com facilidade, as etapas comunicacionais das conversas cotidianas e da leitura, fui exposto a uma nova perspectiva do uso da língua inglesa: seu uso técnico, específico e, principalmente, acadêmico. Foram apresentadas novas expressões, bem como um novo mundo vocabular. Foi necessário que eu reaprendesse a me posicionar sobre esses assuntos em reuniões e discussões em uma velocidade argumentativa que permitisse o compartilhamento de ideais. Assim, para que eu pudesse, também, compor conhecimento, precisei de muita atenção e perseverança. Porém, além disso, precisei de paciência e compreensão comigo e com minhas limitações.
Dentro desse cenário, posso afirmar que foi o método Kumon que me permitiu ter a base para lidar com esse novo uso do idioma. Foi a partir do curso de Inglês que eu aprendi os fundamentos que, hoje, são aplicados não só como produto final, mas também como caminho na aquisição contínua de novos conhecimentos.
A língua é um mar vivo que se renova permanentemente dentro de seus falantes. Assim, o importante é ter a humildade de nos permitir aprender a navegá-la.