Uma de minhas maiores alegrias por estar em um ambiente diverso e global como Boston é o contato com questões históricas e coletivas de outras nacionalidades. Neste último mês, essa troca chegou por meio de um belíssimo musical chamado We Live in Cairo (Nós vivemos em Cairo).
A obra foi apresentada no Loeb Drama Center, teatro profissional sem fins lucrativos da Universidade de Harvard, e retratou a história de seis jovens durante a Revolução Egípcia de 2011. O musical, além de trazer a importante pauta da Primavera Árabe para o Ocidente de forma sensível e convidativa, mostrou recortes precisos da importância da juventude na luta por transformação social nesses países.
Complementando a peça, houve um momento de conversa com alguns refugiados e imigrantes de países da Ásia Central e da África. Nele, ouvi sobre as vivências nos conflitos e guerras que tanto permearam suas vidas cotidianas, quanto representaram novos paradigmas em seus futuros. A experiência foi muito potente principalmente no sentido de me aproximar, mesmo que teoricamente, de outras regiões e outras juventudes pelo mundo.
Pensando sobre o assunto, percebi que o interesse por conhecer essas questões humanitárias de terras geograficamente tão distantes é, entre outras coisas, um reflexo do impacto positivo que o método Kumon exerceu em mim.
E por que essa conclusão? Porque, como já pontuado em outros textos desta coluna, o método não ficou restrito a um setor cultural nem fechou minha visão para as oportunidades globais da língua. Pelo contrário, ele me incentivou e certamente a outros estudantes a nos tornarmos cidadãos presentes em nosso tempo. Somos pessoas com um olhar multidirecional e, principalmente, um ouvido aberto aos outros, seja lá de onde eles tenham vindo.