Quando eu era mais novo, tinha dificuldade em ler livros. Meu pai tinha que ficar no meu pé todo dia porque, se dependesse de mim, eu não lia nada. Com meus professores na escola não era diferente: eles tinham que me incentivar a ler constantemente. Pais e professores me diziam que essa atividade melhoraria minha articulação, escrita e ortografia, e que seria fundamental para um bom desempenho em todas as matérias.
Com o tempo, fui criando o hábito de ler livros. Acabei entendendo o que meus pais e professores queriam dizer com aqueles conselhos, e percebi as potencialidades da leitura. Isso me motivou a gostar de livros e a buscá-los com afinco.
Nessa mesma época, comecei a fazer o curso de Inglês do Kumon. E como eu já ficava de olhos abertos aos livros, logo notei a estante de livros de minha unidade, em Santo Amaro, e me encantei com ela. Assim, sem perder tempo, folheei diversos volumes e exemplares até me deparar com a estante de livros escritos em inglês, o que, na época, foi chocante.
Essa surpresa, com o estímulo de minha orientadora, fez com que eu sempre voltasse para aquela estante. No começo, enquanto ainda estava nos primeiros estágios, como o 7A e o 6A, eu não conseguia entender quase nenhuma frase. Eram apenas letras dispersas em uma folha de papel, e eu até pensava que nunca decifraria o mundo contido nas páginas daqueles livros.
Felizmente, com o tempo (e com o passar dos estágios e bloquinhos), as frases foram fazendo sentido. Partindo dos livros mais simples e com figuras para os mais densos e complexos, o conteúdo começou a se materializar em minha mente. A sensação foi parecida com aquela de quando comecei a me interessar pela leitura. Incrível! Porém, dessa vez, havia algo diferente. Dessa vez, além da melhora do vocabulário e da escrita, houve uma mudança totalmente nova: a melhora de minha pronúncia e de meu raciocínio em inglês.
Eu já estava tão habituado ao método Kumon de Inglês que lia os livros em voz alta sem perceber. Fazia a leitura com tanta naturalidade, como se fossem os AudioBooks e bloquinhos, que ela fluía como um rio. Era uma delícia terminar um livro com a sensação de que eu havia entendido todo o seu conteúdo. E isso me motivava a ler outro e outro.
Sem dúvida, esses momentos de leitura foram fundamentais. Não apenas como impulso para eu concluir o curso de forma tão satisfatória, mas muito além. Hoje, tanto na Faculdade de Medicina da USP, quanto na Universidade de Harvard, se eu tenho tamanha familiaridade com a leitura em inglês, fundamental no campo da ciência, foi porque antes eu pratiquei, porque fui estimulado a ler.