Você já parou para pensar sobre a maneira como falamos ou escrevemos, e como algumas expressões parecem dizer a mesma coisa duas vezes? Isso acontece com mais frequência do que imaginamos, especialmente quando nos deparamos com exemplos como “subir para cima” ou “hemorragia de sangue”.
Essas expressões são exemplos de pleonasmo, uma figura de linguagem que, dependendo de como é usada, pode enriquecer a comunicação ou prejudicá-la, gerando redundâncias desnecessárias. Mas o que é pleonasmo exatamente? Quando ele é considerado uma ferramenta útil e quando é visto como um erro gramatical?
Neste artigo, vamos mergulhar no conceito de pleonasmo, explorando sua definição, seus diferentes tipos e como ele pode ser usado de forma intencional ou acidental.
A ideia é esclarecer as principais dúvidas sobre o que é pleonasmo e oferecer exemplos claros de como o pleonasmo se manifesta tanto na fala cotidiana quanto na escrita formal. Além disso, veremos exemplos de frases com pleonasmo engraçadas que, embora redundantes, são comuns no nosso dia a dia.
Vamos entender também a diferença entre pleonasmo e redundância, e como evitar o uso do pleonasmo vicioso em textos formais.
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O que é pleonasmo?
Pleonasmo é um termo de origem grega que significa “excesso” ou “abundância”. Em termos linguísticos, o pleonasmo ocorre quando há uma repetição de palavras desnecessárias de uma ideia em uma frase.
Essa repetição pode ser feita com palavras diferentes que têm o mesmo significado, o que resulta em uma redundância. Em outras palavras, o que é pleonasmo? É o uso de palavras que repetem uma informação já implícita ou óbvia.
Por exemplo, na frase “subir para cima”, o verbo “subir” já indica uma direção para cima, tornando a expressão "para cima" redundante. Da mesma forma, quando alguém diz “hemorragia de sangue”, a palavra “hemorragia” já sugere a perda de sangue, logo, o complemento é desnecessário.
No entanto, é importante saber que o que é pleonasmo nem sempre é considerado um erro. Quando usado intencionalmente, ele pode servir como um recurso estilístico na redação narrativa, para reforçar uma ideia ou criar um efeito dramático.
Dessa forma, podemos dividir o que é pleonasmo em dois grandes grupos: o pleonasmo vicioso, que é visto como um erro, e o pleonasmo enfático, utilizado para dar ênfase a determinada informação.
Ao longo deste artigo, exploraremos as diferenças entre esses dois tipos e outros usos do pleonasmo, além de mostrar como frases com pleonasmo engraçadas fazem parte do nosso cotidiano.
Tipos e exemplos de pleonasmo
Pleonasmo não é um fenômeno único, ele pode aparecer de várias formas e com diferentes finalidades. Abaixo, vamos explorar os três principais tipos de pleonasmo: vicioso, enfático e pleonasmo como figura de estilo.
Pleonasmo vicioso
O pleonasmo vicioso ocorre quando uma palavra ou expressão repete desnecessariamente uma ideia que já está implícita no contexto.
Esse tipo de pleonasmo é considerado um erro gramatical, pois não agrega valor à mensagem e acaba comprometendo a clareza da comunicação. Além de prejudicar a fluidez do texto, o pleonasmo vicioso pode causar confusão, especialmente quando a repetição não tem propósito claro.
Exemplos de pleonasmo vicioso:
- “Subir para cima” — o verbo subir já indica a direção.
- “Hemorragia de sangue” — não há necessidade de dizer “de sangue”, já que toda hemorragia envolve sangue.
- “Entrar para dentro” — o ato de entrar já sugere a direção para dentro, portanto o uso de “para dentro” é redundante.
Essas expressões não acrescentam novas informações e apenas reforçam ideias que já foram comunicadas.
Em muitos casos, esses pleonasmos se tornam engraçados justamente por parecerem desnecessários ou exagerados. São frases com pleonasmo engraçadas que usamos no dia a dia sem perceber, mas que, ao analisarmos com mais atenção, revelam uma construção redundante.
Pleonasmo enfático
Então, o que é pleonasmo enfático? Diferente do pleonasmo vicioso, o pleonasmo enfático é usado de forma intencional para dar ênfase a uma ideia ou emoção.
Ele ocorre quando o autor ou falante deseja reforçar algo de maneira deliberada, utilizando a repetição como uma ferramenta estilística. Esse tipo de pleonasmo é amplamente aceito em vários gêneros textuais, como textos literários, discursos e músicas, pois pode amplificar o impacto emocional ou dramático da mensagem.
Exemplos de o que é pleonasmo enfático:
- “Vi com meus próprios olhos” — a repetição da palavra “meus próprios” reforça a ideia de que o indivíduo realmente presenciou o fato.
- “Eu ouvi com meus ouvidos” — embora a palavra “ouvi” já indique o uso dos ouvidos, a repetição é usada para dar mais ênfase à afirmação.
- “Morrer de morte matada” — o uso repetido de “morte matada” reforça a ideia de que não foi uma morte natural, mas sim uma causada por terceiros.
Em contextos como esses, o pleonasmo enfático é bem-vindo, pois ajuda a intensificar o sentido da frase. Ele é comum em discursos políticos, poemas e até em conversas informais quando queremos garantir que a mensagem seja bem entendida.
Pleonasmo como figura de estilo
Entender o que é pleonasmo como figura de estilo é uma forma de enriquecer a linguagem literária. Escritores, poetas e compositores costumam usar esse tipo de pleonasmo para criar imagens vívidas, provocar emoções ou transmitir ideias de forma mais criativa e impactante.
O pleonasmo, quando utilizado como figura de linguagem, contribui para a beleza e expressividade da linguagem.
Exemplos de o que é pleonasmo como figura de estilo:
- “Chovia uma chuva fina” — o pleonasmo aqui dá uma sensação poética à cena.
- “Sorria um sorriso tímido” — o uso repetido da palavra “sorriso” destaca a emoção contida na cena.
- “Gritava um grito desesperado” — a repetição realça o tom de desespero da situação.
Esse uso estilístico do pleonasmo é comum na literatura, nas músicas e até em discursos motivacionais, onde as palavras são cuidadosamente escolhidas para criar um impacto emocional forte.
Exemplos de pleonasmos do cotidiano:
- “Subir para cima”
- “Descer para baixo”
- “Repetir de novo”
- “Ganhar grátis”
Qual a diferença entre pleonasmo e redundância?
Embora pleonasmo e redundância sejam termos frequentemente utilizados como sinônimos, há uma pequena distinção entre eles.
O pleonasmo é uma forma de repetição específica de uma ideia através de palavras diferentes, enquanto a redundância pode abranger qualquer tipo de repetição desnecessária, seja de ideias, palavras ou conceitos.
Por exemplo, “pleonasmo é redundância” é uma afirmação verdadeira, pois o pleonasmo envolve a repetição de informações. No entanto, nem toda redundância é pleonasmo.
A redundância pode acontecer em situações onde a mesma ideia é apresentada repetidamente de diferentes maneiras ao longo de um texto, tornando a leitura cansativa.
Por isso, enquanto o pleonasmo está relacionado a palavras repetidas em uma única frase, a redundância pode se manifestar em um nível mais amplo, no contexto do discurso ou da escrita.
Como evitar pleonasmos viciosos?
Evitar pleonasmos viciosos é essencial para garantir que a comunicação seja clara, objetiva e eficaz. Algumas dicas práticas para evitar esse tipo de erro são:
- Revise seu texto com atenção: Ler seu texto várias vezes pode ajudar a identificar palavras ou frases desnecessárias.
- Seja objetivo: Prefira frases diretas e claras, evitando elementos que não acrescentam novas informações.
- Use sinônimos: Quando identificar a repetição de palavras, considere usar sinônimos ou reestruturar a frase para evitar pleonasmos.
- Pratique a simplificação: Frases curtas e diretas tendem a ser mais eficazes do que construções longas e repetitivas.
Essas estratégias podem ajudar a identificar o que é pleonasmo vicioso e melhorar a qualidade do texto, além de evitar frases com pleonasmo engraçadas, que, em um contexto formal, podem parecer inadequadas.
Pleonasmo é sempre um erro gramatical?
O pleonasmo não é sempre um erro gramatical. Sua avaliação depende do contexto em que é utilizado. Quando falamos sobre o que é pleonasmo, precisamos distinguir entre o pleonasmo vicioso e o pleonasmo enfático.
O pleonasmo vicioso é aquele que resulta em redundância desnecessária, onde uma ideia já expressa é repetida, como em "subir para cima" ou "entrar para dentro". Esse tipo de construção é visto como um erro gramatical porque não acrescenta informação nova à frase, tornando-a menos clara e fluida.
Nesse caso, o uso do pleonasmo pode atrapalhar a comunicação, levando a uma sensação de cansaço e confusão na leitura.
Por outro lado, o que é pleonasmo enfático? Ele é utilizado de maneira intencional, serve a um propósito estilístico e expressivo. Quando um autor usa pleonasmos enfáticos, ele busca reforçar uma ideia ou transmitir uma emoção de forma mais impactante.
Frases como "vi com meus próprios olhos" ou "ouvi com meus próprios ouvidos" são exemplos onde a repetição não apenas é aceitável, mas pode até aumentar a intensidade da mensagem. Em contextos literários, poéticos ou em discursos, esse uso deliberado do pleonasmo pode enriquecer a experiência do leitor ou ouvinte, enfatizando sentimentos, urgências ou a importância de uma afirmação.
Além disso, o pleonasmo pode ter um papel humorístico ou coloquial na fala cotidiana, tornando-se uma parte integrada do nosso linguajar sem que percebamos.
Expressões que carregam um pleonasmo, mesmo quando viciosas, podem ser compreendidas e aceitas em contextos informais, contribuindo para a comunicação em um nível social. Nesse sentido, dominar o que é pleonasmo pode até ser visto como uma forma de expressar familiaridade e descontração na linguagem.
Portanto, ao analisarmos o que é pleonasmo, é fundamental considerar o contexto em que ele aparece e a intenção do falante ou escritor.
O pleonasmo vicioso deve ser evitado em situações que requerem clareza e precisão, como na escrita acadêmica ou técnica, enquanto o pleonasmo enfático pode ser usado estrategicamente para adicionar peso e profundidade à comunicação.
Essa dualidade mostra que o pleonasmo, longe de ser um erro absoluto, é uma ferramenta versátil que, quando aplicada de maneira consciente, pode contribuir significativamente para a expressividade da linguagem.
Quando usar pleonasmo enfático?
O pleonasmo enfático é um recurso linguístico que pode ser utilizado em diversas situações, principalmente quando se busca reforçar uma ideia ou transmitir uma emoção de maneira mais marcante. Sua aplicação é especialmente relevante em contextos literários, poéticos e oratórios, onde o autor deseja criar um impacto emocional ou enfatizar uma mensagem.
Frases como "ele viu com os próprios olhos" ou "ela falou de coração" são exemplos que ilustram o que é pleonasmo enfático e como ele pode intensificar a comunicação, sublinhando a autenticidade da experiência e a sinceridade do discurso.
Um dos principais motivos para usar pleonasmo enfático é a criação de ênfase em momentos críticos de uma narrativa ou discurso. Em uma situação de tensão, como em um filme ou uma peça de teatro, o uso de um pleonasmo pode ajudar a transmitir a urgência da situação, como em "precisamos agir agora, imediatamente!"
Essa escolha linguística não apenas reforça a mensagem, mas também pode ajudar a envolver o público, tornando a comunicação mais envolvente e memorável. Além disso, em poemas e letras de músicas, o pleonasmo enfático pode ser uma ferramenta poderosa para estabelecer ritmo e musicalidade.
Ao repetir uma ideia, o autor pode criar um efeito sonoro que capta a atenção do ouvinte, ao mesmo tempo em que intensifica o significado da letra. O uso de pleonasmos enfáticos permite que o autor brinque com as palavras de maneira criativa, explorando novas dimensões de significado e evocando emoções profundas.
Na fala cotidiana, saber o que é pleonasmo enfático também pode ser utilizado para criar um tom mais pessoal e íntimo. Quando falamos, expressões como "isso é uma verdade inegável" ou "ele é um verdadeiro amigo" ajudam a construir uma conexão emocional entre o falante e o ouvinte.
Essa forma de expressão é comum em contextos informais, onde a autenticidade e a sinceridade são valorizadas. O pleonasmo, nesse caso, serve para reforçar a ideia de que o que está sendo dito é genuíno e digno de atenção.
Contudo, é importante ter em mente que o uso do pleonasmo enfático deve ser feito com cautela. Embora possa adicionar força e expressividade ao discurso, o excesso de pleonasmos pode levar a uma comunicação redundante e maçante. Portanto, o autor ou falante deve avaliar a situação e o efeito desejado, utilizando o pleonasmo enfático de maneira equilibrada e consciente.
Conclusão
Então, o que é pleonasmo? O pleonasmo é um recurso linguístico que pode tanto enriquecer quanto prejudicar um texto, dependendo de como é utilizado.
Ao entender a diferença entre o pleonasmo vicioso e o enfático, podemos aprender a tirar proveito desse fenômeno linguístico de forma eficaz, evitando redundâncias desnecessárias.
Seja na linguagem cotidiana ou na escrita formal, é importante estar atento à repetição de informações, garantindo que a comunicação seja clara e objetiva.